terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CAPÍTULO 5

O que se sabia é que Juca comandava várias empresas ligadas à equipamentos hospitalares. A principal era a JAEH - Juca Andrade Equipamentos Hospitalares, onde ele e Bruna se conheceram.
Bruna era formada em comunicação social e trabalhava como assessora de imprensa. Depois de trabalhar anos para uma empresa de aviação, pediu demissão ao descobrir que grande parte das informações que Bruna tinha que encaminhar à mídia, era falsa. Pouco tempo depois a empresa foi desmascarada, os donos foram indiciados e foi um grande escândalo noticiado pela TV e jornais.
Não só por esse episódio, mas também pelo caráter indiscutível de Bruna, que ela custou a achar um novo emprego que combinasse com o que ela esperava e com o que esperavam dela como profissional.
Foi quando surgiu a vaga na JAEH, uma empresa nacional, em ascensão na importação de equipamentos hospitalares. De origem familiar, havia sido comprada pelo empresário Juca Andrade, que transformou a pequena empresa em uma das mais importantes do mercado. A JAEH importava tecnologia hospitalar de ponta e também apoiava estudos para novos equipamentos, através de um incentivo à universidade estadual.
Ano após ano, tinha a empresa tinha aumento de faturamento e conseqüentemente aumentava também sua estrutura. Por isso a demanda de um novo profissional para dirigir o departamento de assessoria de imprensa.
Logo que soube da vaga, Bruna pesquisou sobre a empresa e de cara achou muito interessante o apoio às pesquisas da universidade estadual, principalmente para um segmento tão relevante como o da saúde. Interessada pelo emprego, caprichou no visual no dia da entrevista. Decorou algumas frases de efeito, intensificou as aulas de yoga para garantir uma aparência tranqüila e apostou no seu bom humor como aliado.

Foi recebida por Joana, diretora de RH, que após uma rápida entrevista anunciou que agora ela iria conversar com o dono da empresa, que fazia questão de estar à frente desta contratação. Bruna sentiu um friozinho na barriga. Conhecia Juca Andrade pelo nome, pelas conquistas e até por alguma vaidade publicada em uma ou outra coluna social. Nunca imaginaria a importância deste cargo para o próprio Juca, que sem ao menos pedir um filtro, falaria com todos os candidatos.
Mas não tiveram mais candidatos. A sinergia dos dois foi perfeita. Sem perceber, ficaram duas horas conversando, trocando experiências e é claro, Bruna respondeu de pronto a todas as perguntas da entrevista. Quando levantaram da mesa com sorrisos nos rostos, Juca pediu que Bruna voltasse com seus documentos para oficializar sua contratação.

Em dois meses Bruna já era muito próxima de Juca. Com freqüência almoçavam juntos ou tomavam um chope depois do expediente. Diferente do que Bruna normalmente sentiria, ela não estava preocupada com os comentários dos outros funcionários sobre o possível romance dos dois. Nem com os olhares desconfiados dos outros diretores, que se julgavam passados pra trás por um belo par de pernas.
Porém, apesar das fofocas nos corredores da empresa, o romance só começou no aniversário de 30 anos de Bruna.
Ela comemorou na parte fechada de um bar no Jardim Botânico. Foi uma festa animada, regada a cerveja e música ao vivo. Um amigo vocalista de uma banda de pop rock presenteou a mais nova balzaquiana, com um showzinho particular que embalou os convidados até altas horas da madrugada. Juca assim como outros funcionários da JAEH estavam presentes. Mas ninguém se fazia mais presente do Juca, que não tirava os olhos de Bruna e com um sorriso apaixonado a fitava cada vez que ela voltava para o seu lado. Bruna também parecia estar mais interessada em sua companhia do que qualquer outro na festa. Os dois riam e se tocavam. Dançavam, bebiam. Depois de certa hora, era impossível não notar o jogo de sedução dos dois. Sempre que tinha oportunidade Juca puxava Bruna pela cintura. Ela dissimulada, ria alto e abaixava a cabeça fugindo de qualquer tentativa de um beijo.
Porém a meia noite, depois de cantar os parabéns, o vocalista anunciou ao microfone que lhe haviam feito um pedido para tocar uma música. Lendo algo escrito em um guardanapo de papel, continuou:
- Não sei bem cantar essa, mas quem me pediu escreveu aqui que é dedicada para a aniversariante e esta música é uma forma que ele achou de dizer tudo o que está sentindo agora por ela. Ihhh o cara é bom, hein Bruna? Então vamos lá!!!!!

Todos aplaudiram. As mulheres soltaram gritinhos histéricos. A banda começou a tocar, quando no primeiro acorde, veio a letra de Marisa Monte: “Deixa eu dizer que te amo. Deixa eu gostar de você. “ – Mais gritinhos histéricos das meninas – “Amor, I Love you.”. Bruna estava sem palavras, sorrindo, mas com um medinho. Queria muito que fosse de Juca esta declaração e a idéia de não ser a apavorava. Mas essa agonia não demorou muito. Do fundo do palco surge com uma rosa na mão o próprio Juca, que se juntou ao vocalista e improvisou no refrão – “Amor, I Love you.”. – Olhando fixamente pra Bruna, que tremia, assim como ele. Os dois se uniram ninguém sabe bem como. Mas num piscar de olhos, Bruna e Juca se beijavam como se não houvesse mais ninguém presente.
A platéia, despercebida pelo casal, gritava, aplaudia e comemorava o final romântico da noitada.
Lucila e Ana vibravam juntas. Adoravam Juca e torciam muito pra esta história terminar bem. E terminou. Pelo menos era o que parecia.

Mas agora Bruna tinha sido traída pelo marido. Mentiras, sujeira, decepção. Nada disso combinava com o Juca que cantou pra ela.

Bruna e Lucila estavam próximas do edifício da JAHE. Lucila parou a amiga e disse:
- Você tem certeza que quer fazer isso?

Bruna respondeu quase ríspida:
- Nunca estive tão certa em toda a minha vida.

Sendo assim, seguiram em frente e entraram no prédio.

6 comentários:

  1. Ainda não sei o que vem por ai, mas o Juca me parece um louco de carteirinha! Aguardo o próximo capitulo.

    Babi estou adorando!!!!

    bjos
    Maria

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  2. To curtindo muito , E o Juca hein ? Aposto que tem algum detalhe do Juca que a Bruna nunca reparou ... será ?
    bj

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  3. To doida pra ouvir sobre o barraco!!!
    Estou amando, Babi.
    Mas, assim nestes suspense, está ótimo. Pelo menos, não terminará nunca, e nós poderemos curtir Lucila até o fim do ano. rs.

    Bjs.
    JU

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  4. Tô impressionada com a sua capacidade de envolver o leitor, Babi. A história tá cada vez melhor. Estou doida para ler o resto. Isso pode virar um best-seller. Pense nisso! Alongue a história e depois publique. Tenho certeza de que a Multifoco (que publicou o meu livro) se interessaria em publicar. Continue, continue!!!
    Bjs e parabéns,
    Mari

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  5. Que lindo!!!! Pô, tá todo mundo crucificando o Juca... amores acabam, ué! Mas que ele mandou muito bem no início do namoro, mandou...

    E agora, ela vai fazer barraco mesmo????

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