terça-feira, 10 de março de 2009

CAPÍTULO 18

Lucila ficou ainda um tempo com a sensação de que Juca e Manú poderiam voltar a aparecer na festa. Mas com muito espumante, essa sensação foi desaparecendo lentamente até sumir por completo. Ela aproveitou a festa até o fim. Aliás, todos aproveitaram.

Na manhã seguinte todos contavam suas versões da festa, que definitivamente foi um sucesso.

Carla apostava mais uma vez em ter encontrado o amor da sua vida. Logo cedo já estava grudada ao celular esperando que seu novo pretendente ligasse. Ele tinha que ligar. Era bonito, bom papo, trabalhava com publicidade, morava sozinho. Era uma raridade. Carla se lamentava por não ter pegado o número dele. Odiava ficar na mão dos homens.

Outro que estava radiante era Flávio. Depois de dois anos de relacionamento com Tadeu, agora eles iriam se casar. Tadeu aproveitou o fervor do réveillon para presentear o namorado com um convite para morarem juntos. Os dois eram um grude só.

Olhando em volta Lucila pensava que apesar de ter se divertido esse era mais um ano novo que nada havia mudado. Continuava solteira. Claro que tinha seu trabalho que ia muito bem, mas tinha muito medo de acabar como sua chefe Bardot: bem sucedida no trabalho e completamente sozinha.
Bardot ficou anos longe do escritório procurando outros caminhos, mas acabou voltando para sua vidinha onde seu trabalho era o mais importante. Nunca entendeu direito o que a fez dar esta pausa. Mas entendia porque ela tinha voltado.

Constantemente Lucila pensava que iria terminar como ela e não se achava envolvida o suficiente com seu trabalho para que o sucesso profissional fosse o bastante para fazê-la feliz. Pensou em Rafa. Ele não podia ser sua única alternativa. Se sentiu a pior das mulheres. Vazia, sem graça.
Sabia que a solterisse tinha disso. Momentos de completo êxtase seguidos pelo nada. De que havia adiantado dar uns beijos na noite anterior. Mal sabia o nome do cara. Na hora, na empolgação baixava um espírito adolescente que vazia tudo parece muito divertido, mas o dia seguinte era implacável.

Enquanto Lucila suspirava, a faxineira tentava se livrar das milhares latas de cerveja espalhadas pela casa. Lucila fez um esforço para não se sentir mais como uma vítima. Pensou que a vida daquela mulher era muito pior que a dela. Ela era uma privilegiada, tinha conforto garantido pelo seu apartamento, seu carro e pequenos luxos como seu i phone, suas roupas de grife. Mesmo com todo esse pensamento otimista, ainda se sentia mal.

Voltou a pensar em Bruna e Juca. Era a relação que ela idealizava pra ela. Agora não era mais nada. Lembrou-se de Bruna entrando no consultório da Dra Renata com Marcelo. Podia jurar que vira os dois de mãos dadas. Mas segundo Bruna os dois teriam acabado de se conhecer. Algumas coisas ainda não faziam muito sentido. Porque Bruna iria para a casa de um desconhecido? Principalmente estando grávida. Porque os dois estavam de mãos dadas? Será que Juca sabia onde Bruna estava? Se não sabia como ela recebeu a foto rabiscada com a mensagem ameaçadora? E se ele sabia porque foi procurar Lucila?

- Chega Lucila! – disse pra si mesma. Levantando do sofá foi até a piscina onde todos se reuniam.

Marcos a recebeu com uma caipirinha. Lucila não podia nem sentir o cheiro de álcool, mas fez um esforço e tomou um gole. A caipirinha até caiu bem. Ficaram por ali, curtindo o sol e contando as passagens da festa.

Carla não largava o celular um só minuto. De dois em dois minutos checava se havia algum recado, mensagem ou ligação. Vendo esta cena Lucila lembrou de checar o seu celular. Havia uma ligação perdida. Era de Rafa. Não havia recado.

2 comentários:

  1. Nem preciso ler o próximo capítulo pra saber o que tinha na mensagem do Rafa !!! AHAHAHAHAHA
    Mas pode deixar que não vou estragar a surpresa !!!!
    To adorando !
    beijos

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  2. Tô lembrando do reveillon em Buzios... risos... principalmente da faxineira tentando se livrar das milhares de latas espalhadas pela casa! hahaha
    Beijos

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