Algumas semanas depois...
Juca aos poucos recuperava o prestígio que perdera no mercado. A condenação de Marcelo Zacaro, Waldemar Zacaro e de Antonio Carlos, o ajudou a reforçar sua inocência.
Há algumas semanas Manú voltou a trabalhar na JAEH. Entediada em seu novo emprego, não resistiu ao pedido de seu antigo chefe. Os dois trabalhavam loucamente, tentando colocar as coisas no lugar.
Em uma manhã, como de costume, Manú separava a correspondência de Juca. No meio de contas, boletos, uma carta de Bruna. Era um envelope pardo e grande. O ciúme de Manú mais uma vez falava mais alto e a lembrava o motivo que a tinha feito se demitir.
Seu primeiro pensamento foi dar um fim aquela carta. Logo agora que as coisas iam tão bem. Ela e Juca eram mais do que companheiros de trabalho, eram amigos, cúmplices. Dividiam seus momentos de lazer, suas angústias, suas alegrias. Há dias
Juca não ouvia falar em Bruna. Segundo ele, a tentativa de reaproximação dos dois foi um fracasso. Juca nunca esqueceria a traição. Bruna não se sentia merecedora do carinho do ex-marido. A combinação disso tudo era desastrosa. Sem combinar, se afastaram. Com o tempo, os dois pararam de se telefonar, de se encontrar e atualmente Juca não tinha notícias da ex-mulher. Mas agora Bruna enviava uma carta e Manú fervia de raiva.
Antes que pudesse tomar qualquer atitude, Juca entrou pela sala. Brincalhão, deu um tapinha na cadeira de Manú e puxou da suas mãos o envelope pardo:
- Humm... hora da correspondência. Será que Papai Noel finalmente vai responder minha cartinha?
Ainda rindo, começou a ver do que se tratava o envelope. Mas ao contrário do que ele mesmo esperaria dele, não ficou nervoso, nem se abalou o perceber que eram notícias de Bruna. Rasgou o envelope e antes de ler disse:
- É da Bruna. Vamos ver o que ela quer.
Juca começou a ler em voz alta. Manú se surpreendeu, mas se ajeitou na cadeira para ouví-lo.
Juca,
Não repetirei nesta carta o meu pedido de desculpas e nem espero que um dia você consiga realmente me desculpar. Escrevo esta para lhe agradecer por tudo que fez por mim, mesmo eu não merecendo.
Continuo fazendo meu trabalho voluntário, de acordo com a minha sentença. Por incrível que pareça, é o meu melhor momento. É quando me sinto útil e que realmente faço algo de bom para alguém. Dar aulas para crianças carentes é um privilégio. Ensino informática, mas acho que aprendo muito mais do que ensino.
E foi através deste projeto social, que conheci o Pastor Germano. Um homem bom, que semanalmente sai de sua igreja para ensinar a palavra de Deus a estes pequeninos seres. Eu sempre assisto às suas aulas e confesso que há anos não me sentia tão próxima de Deus. Foi através da palavra do Pastor Germano que me converti e hoje sou mais uma em seu rebanho.
Hoje trabalho para a igreja e o que recebo é o suficiente para manter minha nova casa. Simples, mas cheia de amor. Percebi que tenho tudo o que preciso. Tenho Jesus, nada mais me falta.
Todos os dias, durante o culto, peço a Deus que ilumine seus caminhos e que Jesus abençoe um homem tão bom como você. Peço também por Lucila e Ana, amigas tão especiais, que merecem a glória divina.
Por isso, lhe envio a escritura do apartamento. Não preciso dele, nem de sua caridosa pensão. Estou bem, em paz e feliz. Meus dias de trevas terminaram. Graças à Jesus, hoje estou diante da luz.
Que Jesus lhe acompanhe.
Bruna.
Manú tinha vontade de rir, mas se controlou. Juca ficou pasmo relendo para se certificar do que tinha acabado de ler. Procurou no envelope e realmente os documentos do apartamento estavam lá, todos em seu nome. Bruna tinha virado evangélica? Seria mesmo a igreja evangélica o abrigo dos arrependidos?
domingo, 28 de junho de 2009
CAPÍTULO 49
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Muito bom!!! rs Surpreendendo com sempre!
ResponderExcluirMeu Deus! Essa aí, só jesus salva mesmo...
ResponderExcluirMorri de rir !!!!!!!!!!!!!! Hilário.
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