segunda-feira, 22 de junho de 2009

CAPÍTULO 47

Sol, sombra e cerveja gelada. O que mais Lucila podia querer? Mais nada certo? Errado! Apesar da incrível beleza do lugar e da companhia divertidíssima de Marcos, alguma coisa faltava pra ela. Era Cadu.

Desde que havia o encontrado no escritório, daquela maneira tão fria, não parava de pensar nele e na noite maravilhosa que tiveram juntos. Não entendia porque ele não retornou quando ela ligou para contar de Rafa. Ao contrário, ele foi bem ríspido e depois não apareceu mais. Lucila achava que eles poderiam ficar juntos, mas se enganou. É... Cadu era mais um cafajeste que depois que conseguiu o que queria, desapareceu.

Mesmo com o empenho de Marcos, Lucila não conseguia se animar. Ia dormir cedo, acordava tarde, andava mal vestida e mal cuidada pelos cantos do resort. Marcos, que sabia de tudo que havia acontecido com ela, tentava a enturmar em seu novo grupo de amigos, mas ela não se interessava.

As férias que seria para colocar sua cabeça no lugar, estavam a colocando em direção de alguém que não a queria. Racionalmente era isso que parecia, mas Lucila não acreditava. Cadu não era aquele tipo de homem. Ou era?
Olhou em volta e viu que Marcos estava bem entretido entre seus novos amigos, então pegou seu celular. Sem pensar, sem pesar, sem se fazer de boazona, difícil ou algo assim. Ela precisava saber. Por isso, ligou para Cadu.

Ele atendeu surpreso:
- Lucila?
- Oi. Eu queria te fazer uma pergunta.
- Uma pergunta?
- Sim. Por favor, responda sinceramente.
- Que pergunta?
- Porque você não me ligou mais?
- Por que? Como porque?
- Isso, quero saber porque? Não que eu esperasse que fossemos namorar, não é isso. Eu Só achava que pelo menos éramos amigos.
- Namorar?


A ligação caiu. Era inacreditável, mas a bateria tinha acabado e Lucila havia esquecido seu carregador em casa. Chegou a correr para um telefone fixo e depois desistiu. Podia ser um aviso do destino. Ficou na sua cabeça a pergunta que ele fez em tom de surpresa: -“Namorar?”. Que raiva que sentia de si mesma. Agora ele achava que ela queria namorar com ele. Não queria! Não queria?

Lucila foi para o quarto esperar a noite chegar.

No rio, Cadu ainda ficou um tempo olhando para o celular. Tentava ligar de volta e não conseguia. Ele já estava trabalhando no escritório de Bardot e foi ela que ouvindo seu telefonema, resolveu que deveria se meter.
- Cadu, você pode vir aqui na minha sala?

Cadu entrou e fechou a porta a pedido de Bardot. Ela perguntou:
- Cadu, meu querido. Por que você ainda não foi atrás de Lucila? Se precisar de uns dias, são seus!
- Não estou entendendo Bardot.
- Eu sou bem velha pra me enganar. Sei muito bem quando duas pessoas estão apaixonadas.
- Mas...Lucila tem namorado.

Bardot soltou uma enorme gargalhada. Ainda rindo disse:
- Tinha, né? Terminou logo depois de uma certa festa em Itatiaia. Vai me dizer que você não sabia?
- Não!
- Então agora sabe. E não quero vê-lo nesse escritório nos próximos dias. Estamos entendidos?


Cadu estava atordoado. As coisas começavam a fazer sentido. Quando Lucila o procurou querendo falar de Rafa, ele ficou furioso. Achou que ela quisesse conselhos de como lidar com o namorado mesmo depois do que tiveram juntos. Mas agora percebia que ela podia estar apenas querendo lhe contar sobre o término. Como tinha sido idiota.

Tentou ligar mais algumas vezes e nada. Pegou suas coisas e saiu do escritório atônito.

Depois de dormir durante quase todo o dia, Lucila foi acordada por Marcos que a obrigou a tomar um banho e vestir pois eles iriam sair. Lucila obedeceu, mesmo sem nenhuma vontade. Colocou o vestido que Marcos separou e até deixou que ele o maquiasse. Estava linda, mas triste como nunca esteve antes.

Os dois foram para a boate do hotel e Marcos logo apareceu com uma taça de prosseco. Lucila bebeu essa e muitas outras que surgiram. Ao contrário do que queria, a bebida não a deixou feliz e sim cada vez mais deprimida. Em um momento que Marcos conversava com um grupo, ela saiu de fininho. Parou em frente a uma das piscinas, agora iluminada pela lua cheia. Zonza de bebida chegou a ver Cadu caminhando pela borda da piscina. Esfregou os olhos, e continuava a ter aquela visão. Então fechou os olhos por alguns segundos esperando que a visão fosse embora. Sentiu um braço em seu ombro, seguida de uma voz bastante familiar:
- Talvez não seja uma boa hora para um mergulho. Não quer entrar?

Lucila não acreditou no que via. Era Cadu bem ali na sua frente. Antes mesmo que ela pudesse dizer alguma coisa, ele a beijou.

4 comentários: